Se você nunca teve seu cartão de crédito clonado, é provável que conheça alguém que o tenha. Para a maioria das pessoas, o impacto disso não vai muito além de um inconveniente – afinal, as pessoas não precisam pagar por compras fraudulentas feitas com seus cartões.
Quando vemos uma transação que não reconhecemos, é só entrar em contato e o banco faz com que ela desapareça do extrato. Mas como isso acontece? Os custos não “desaparecem”, simplesmente … então alguém deve pagar o pato.
Quem paga nesse caso é aquele que entrega o produto ou serviço: o lojista. Isso cria um risco existencial para muitos negócios no Brasil, além de encarecer o preço final ao consumidor.
Em 2019, na América Latina, e-commerces tiveram de pagar mais de DOIS BILHÕES de reais em chargebacks – exatamente esses estornos de compras fraudulentas autorizadas. Não surpreendentemente, o Brasil é um dos líderes mundiais nesse segmento com 60 tentativas de fraude a cada segundo.
E não para por aí. Cada vez mais, os clientes exigem comodidade e rapidez nas compras online. O que poderia ser mais irritante para um cliente do que encontrar o produto que estava procurando, ter como pagar, mas ter seu pagamento rejeitado? Não importa se é um ingresso para o show da banda favorita, um celular recém-lançado ou um jantar após um dia cansativo no trabalho – as pessoas esperam agilidade ao pedir, pagar e receber o que querem.
Do check-out até a entrega, não há muito tempo para o lojista decidir entre aceitar ou negar uma transação. Além disso, o custo de bloquear por engano uma transação legítima pode levar à perda da venda – ou pior ainda, à perda do cliente.
Para as empresas que vendem online, isso significa viver entre dois tipos de perda de receita. De um lado, a receita perdida de transações fraudulentas aceitas e que foram estornadas. De outro, a receita perdida de transações legítimas não aceitas e de eventuais futuras compras que aquele cliente legítimo poderia vir a fazer.
Esse trade-off poderia ser trivial se a relação entre a quantidade de transações fraudulentas e a quantidade de transações legítimas fosse insignificante, mas não é: para cada transação fraudulenta aprovada, 2 transações legítimas são rejeitadas, fato que custou mais de quatro bilhões de reais em 2019 aos e-commerces latino-americanos.
E-commerces tradicionais que vendem bens físicos de mercado secundário menos aquecido (por exemplo, geladeiras, TVs, roupas) e que entregam esses itens em um endereço físico após um longo tempo de entrega geralmente sofrem menos risco de fraude.
Nesses casos, os ataques não são tão frequentes, o custo de suspender provisoriamente a transação e enviar para para a análise manual de um humano não é tão alto e as soluções de mercado existentes são adequadas. Além disso, com longos tempos de entrega, mesmo se uma transação fraudulenta for aprovada, é bem provável que o dono do cartão comunique ao banco a fraude antes do produto ser entregue; possibilitando que o e-commerce cancele o envio do produto e evite a perda financeira.
Entretanto, essa vertente do mercado não é única e também esse não é o segmento de e-commerce que mais cresce hoje. Negócios em indústrias de alto risco, com mercado secundário quente e de tempo de entrega diminuto – quando não instantâneo – são os que mais lutam constante e ferozmente contra a fraude.
Entre os negócios online mais visados pelos fraudadores estão sites especializados em venda de ingressos, viagens, ou qualquer outro produto/serviço que seja entregue instantaneamente (on-demand), como conteúdos online (streaming de vídeo, e-books), além de qualquer tipo de entrega 24h sob demanda (como entrega de comida) e apps de deslocamento ou outros tipos de serviços instantâneos.
Para essas vertentes, as soluções no mercado são incapazes de resolver o problema. Como conseqüência, as empresas com esse perfil de negócio passam por grandes percalços por conta de fraudes, uma ameaça que que faz seus CTOs e CFOs ficarem de cabelos em pé até hoje.
O ciclo é conhecido: em algum momento esses negócios sofrem ataques que levam seus índices de chargeback a valores estratosféricos, o que as força a ser mais cautelosos e aprovar menos pedidos; em seguida, são forçados a parar seus times técnicos para desenvolver soluções emergenciais para tentar parar as fraudes – ou, ainda, têm de contratar múltiplas soluções externas, criando essencialmente Frankensteins internos (que precisam de grande manutenção e atenção para poderem ser minimamente eficientes).
Essa dor é muito real, muito presente e ainda não resolvida no Brasil.
Com esse entendimento do mercado, a Legiti nasceu em meados de 2019.
Acreditamos que a nova fronteira do e-commerce na América Latina merece uma abordagem moderna, centrada em dados e de última geração para sua solução antifraude. Para isso, combinamos infraestrutura escalável de alta disponibilidade, modelos de machine learning altamente adaptáveis e customização operacional sob medida pros nossos clientes: estamos construindo a plataforma de tecnologia defensiva mais moderna da América Latina.